Regras da Vida Cotidiana — Louis Lavelle

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“Que não haja dia em que não ponhamos a mão em alguma tarefa que nós mesmos escolhemos e que constituirá a própria obra da nossa vida”.

Louis Lavelle não pretendia publicar um livro chamado Regras da vida cotidiana. Foi para si mesmo que o autor redigiu os preceitos e conselhos contidos neste texto, encontrado entre seus papéis pessoais depois de sua morte.

Como nos antigos livros de sentenças ou nos manuais de vida cristã, as regras de Lavelle são breves e sintéticas, de modo a pôr um foco de luz muito estreito e muito forte sobre nossos sofrimentos e atos interiores mais sutis, e assim iluminar toda a nossa alma. Elas inspiram, como diz Vieillard-Baron, a prática de uma “espiritualidade filosófica”, isto é, suscitam um “esforço sobre si mesmo que provoca reflexão, uma reflexão racional que eleva a alma e a põe em face da beleza e da bondade superiores”, que “transforma a personalidade e a eleva moralmente”.

Elas encerram todos os temas importantes que o filósofo tratou em suas obras, o que revela como a filosofia de Louis Lavelle não é mera construção mental abstrata, mas um modo de viver fundamentado na atividade do espírito — em suma, uma vocação espiritual. E, como diz ele próprio, “as regras para a direção do pensamento são regras para a direção da vida: só têm interesse na medida em que a própria vida deve ser regrada pelo pensamento”.

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Ficha Técnica:
ISBN: 9786587404363
Editora: Kírion
Dimensões: 14.00 x 21.00 cm
Páginas: 112
Idioma: Português

Weight 201 g
Dimensions 21 × 14 × 0,7 cm
Sobre o autor:

Louis Lavelle nasceu em 15 de julho de 1883 em Saint-Martin de Villeréal (Lot-et-Garonne) e morreu em Parranquet, perto de seu povoado natal, em 1o de setembro de 1951. Seu pai era professor primário e sua mãe possuía uma pequena fazenda. Os pensadores desta região – Montaigne, Fénelon, Maine de Biran – permaneceram toda a vida particularmente caros a ele. Ele deixa o Périgord com os pais com a idade de sete anos e prossegue seus estudos em Amiens e Saint-Étienne.

Bolsista da Faculdade de Lyon, entusiasma-se com o pensamento de Nietzsche, participa de manifestações libertárias, mas assiste a muito poucas matérias. Após diversas suplências em Laon – período durante o qual teve oportunidade de assistir, em Paris, a vários cursos de Brunschvicg e de Bergson – e em Neufchâteau, ele é agrégé em 1909 e nomeado em Vendôme, e depois em Li­moges. De seu casamento em 1913 nasce primeiro um menino, em 1914, e depois três meninas.

Quando soa a hora da mobilização, Louis Lavelle, reformado e posto à disposição do prefeito de Limoges, consegue ir para o front. Enviado a Somme em setembro de 1915, e depois a Verdun em fevereiro de 1916, é feito prisioneiro em 11 de março e passa os últimos anos da guerra no campo de Giessen. Em cinco cadernetas compradas na cantina do campo, ele escreve o que se tornará sua tese de doutorado (defendida em Paris em 1922): La Dialectique du Monde Sensible.

Nomeado professor num liceu de Strasbourg após a guerra, desempenha um papel muito ativo nas organizações sindicais de professores da Alsácia-Lorena. É também nessa época que se diagnostica em seu filho a doença óssea que o matará em 1952, cinco meses após a morte de seu pai. De 1924 a 1940, Louis Lavelle ensina em Paris em diferentes liceus e cursos particulares. É dele a coluna de filosofia do jornal Le Temps, e ele codirige em Aubier, com o amigo René Le Senne, a coleção “Philosophie de l’Esprit”. Nesses mesmos anos são publicados seus primeiros grandes livros: De l’Être (1928), La Conscience de Soi (1933), La Présence Totale (1934), De l’Acte (1937), L’Erreur de Narcisse (1939).

Em 1940, o armistício o encontra em Bordeaux, onde, após uma breve passagem pelo Ministério da Instrução Pública, é nomeado inspetor-geral no início de 1941 e escolhido para a cadeira de filosofia do Collège de France em outubro seguinte. Numerosas obras aparecem após a guerra, enquanto se multiplicam as conferências no estrangeiro. Mas, paralelamente às graves preocupações causadas pelo estado de seu filho, sua saúde pessoal se altera muito rapidamente. No ano mesmo de sua morte, em 1951, são publicadas três de suas principais obras: De l’Âme Humaine, Le Traité des Valeurs e Quatre Saints.

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